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quarta-feira, 17 de agosto de 2011

Documento mostra que juíza assassinada pediu mais proteção

DE SÃO PAULO

Documentos apresentados pelo advogado da família da juíza Patrícia Acioli mostram que ela reclamou ao Tribunal de Justiça do Rio devido a redução da proteção que recebia devido a ameaças de morte que recebia. A juíza foi morta com 21 tiros na última quinta-feira quando chegava em sua casa em Niterói, no Rio.
Os documentos foram exibidos pelo "Jornal da Globo" na noite de ontem e mostram que Acioli não queria a redução de sua escolta policial. Nos ofícios, datados de fevereiro de 2007, ela destacava que tinha apenas três policiais fazendo sua proteção e afirmava que era imprescindível um quarto agente.
"Entendo que a questão envolvendo minha vida é algo muito importante, não entendo o tratamento que foi dado ao caso", afirma a juíza em um dos documentos, após ter sido reduzida a apenas um PM a sua proteção, em julho de 2007.
Na última quinta-feira, após o assassinato de Acioli, o presidente da Associação dos Magistrados do Rio, Antônio Siqueira, chegou a dizer que a juíza dispensou a segurança oferecida pelo Tribunal de Justiça. O TJ confirmou a dispensa.
Em um outro documento apresentado pelo advogado, a juíza teria sido informada sobre um plano de um criminoso de São Gonçalo, no Rio, flagrado por escutas telefônicas, em que dava a entender que alguém próximo a Acioli seria vítima de atentado.
"A pessoa que bate o martelo irá chorar lágrimas de sangue", teria dito um bicheiro durante conversa telefônica flagrada pela Polícia Federal.
  Rafael Andrade/Folhapress  
Manifestantes usam toga, mordaça e Código Penal em protesto contra a morte da juíza em São Gonçalo
Manifestantes usam toga, mordaça e Código Penal em protesto contra a morte da juíza em São Gonçalo
OUTRO LADO
O desembargador Murta Ribeiro, que era presidente do TJ do Rio em 2007 afirmou, de acordo com a reportagem do "Jornal da Globo" que a decisão de reduzir escolta é normal. Segundo ele, quando um juiz recebe uma ameaça e ela não se concretiza a segurança é desmobilizada para atender outro juiz.
O desembargador Luiz Zveiter, que era presidente do TJ em 2009, disse que avaliou o comunicado da PF --que alertou sobre um possível atentado contra Acioli-- se referia na verdade a representação feita pelos advogados do bicheiro na corregedoria do Tribunal contra a juíza.
Segundo Zveiter, a avaliação foi confirmada porque dias depois da interceptação telefônica a representação contra a juíza efetivamente ocorreu. Ele disse ainda que esteve com a magistrada e ela não disse ter sofrido ameaças.
O CRIME
A juíza foi morta às 23h45 de quinta, quando chegava em sua casa após uma sessão no fórum de São Gonçalo, na região metropolitana. De acordo com o delegado Felipe Ettore, responsável pela investigação do assassinato, Acioli foi morta com 21 disparos por um procedimento de emboscada.
Segundo a polícia, imagens de câmeras de segurança flagraram o momento em que os criminosos fugiam após o crime. Testemunhas afirmaram que eles estavam em dois carros e duas motos, mas o número exato de criminosos que participaram da ação ainda é desconhecido.
A polícia não descarta nenhuma linha de investigação. Há suspeitas contra milícias, grupos de extermínio, agiotas, máfias de vans e até de crime passional.
A juíza, além de ter sofrido várias ameaças por causa de suas decisões rigorosas contra policiais corruptos --estava na 'lista negra' de um traficante--, teve registros de agressão do namorado, o cabo da PM Marcelo Poubel, em pelo menos duas ocasiões.
Segundo a Secretaria de Segurança do Rio, foi registrada queixa contra o policial em 2006 por uma 'surra' que ele teria dado na juíza publicamente, em uma churrascaria.
No começo deste ano, quando estavam separados, ele invadiu a casa de Acioli e a flagrou no quarto com outro homem --um agente penitenciário. Uma queixa por agressão contra o policial foi registrada na 81ª DP (Itaipu).
Recentemente, a juíza reatou o relacionamento com o policial. A Folha não conseguiu localizar Poubel.
Na sexta-feira (12), ele prestou depoimento durante seis horas na Delegacia de Homicídios da Barra da Tijuca, que investiga o caso, e também foi ouvido pela Corregedoria da PM.
  Editoria de arte/Folhapress  

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