Acorda, Policial e Bombeiro Militar!


O verdadeiro desafio não é inserir uma idéia nova na mente militar, mas sim expelir a idéia antiga" (Lidell Hart)
Um verdadeiro amigo desabafa-se livremente, aconselha com justiça, ajuda prontamente, aventura-se com ousadia, aceita tudo com paciência, defende com coragem e continua amigo para sempre. William Penn.

quarta-feira, 7 de dezembro de 2011

De Portugal: O governo usa a polícia para instigar a violência?

Quando, no dia da Greve Geral, sindicatos e manifestantes  dispersos informaram da presença de agentes infiltrados na concentração em  frente à Assembleia da República, a PSP e o ministro da Administração Interna  desmentiram. Perante as imagens captadas por anónimos e jornalistas de um  polícia à paisana a espancar um cidadão, a polícia informou que se tratava de um  cidadão alemão procurado pela INTERPOL. Revelou-se uma imaginativa falsidade. Se  fosse verdade seria muito grave, já que a pessoa em causa saiu em liberdade, por  ordem do tribunal, no dia seguinte.
Saltando de mentira em mentira, o assunto foi morrendo nos  jornais. Mas as imagens de vídeo e de fotografias (assim como a pesquisa das  imagens de televisão transmitidas naquele dia) começam a deixar clara uma coisa  muitíssimo mais grave: tudo aponta para a existência de agentes provocadores  naquela manifestação. Ou seja, agentes à paisana que instigaram a atos de  violência, que insultaram e provocaram os seus colegas, fazendo-se passar por  manifestantes (tudo convenientemente próximo da comunicação social), e que até  estiveram na primeira linha do derrube das barreiras de segurança. Ou seja,  que acicataram os manifestantes mais exaltados, fazendo-se passar por seus  "camaradas", e que criaram o ambiente que justificaria, de alguma forma, uma  intervenção policial em direto nos canais de notícia, ofuscando assim a greve  geral.
A confirmarem-se todas as informações documentadas por imagens  que vão chegando à Internet (a polícia já confirmou que dois homens que aparecem  em fotografias a envolverem-se em desacatos contra os seus colegas são agentes)  isto tem de ter consequências. Como cidadão pacifico e cumpridor da lei,  quero exercer minha liberdade de manifestação, consagrada na Constituição, sem  correr o risco de me ver no meio de uma guerra campal. É essa, supostamente,  a função das forças de segurança. Se elas trabalham no terreno para causar os  distúrbios (justificando uma intervenção que ajuda a criminalizar o protesto e  ofuscar os objetivos das manifestações), elas passam a ser um factor de  insegurança e de ilegalidade.
Claro que não acredito que aqueles agentes, a confirmar-se o  que as muitas imagens que por aí circulam indiciam de forma tão esmagadora,  tenha agido por mote próprio. Por isso, quero saber quatro coisas:
1. Se está garantida uma investigação independente - é  para isto que serve a Inspeção Geral da Administração Interna (IGAI) - para  saber quem são aqueles homens que ora aparecem a insultar e provocar polícias  ora aparecem a ajudar a prender manifestantes?
2. Caso se confirmem as suspeitas, de onde veio a ordem  para ter agentes à paisana numa manifestação com o objetivo de criar um ambiente  violento naquilo que deveria ser uma manifestação pacifica?
3. Caso essa ordem tenha vindo da direção-geral da PSP  (seria ainda mais assustador perceber que a polícia está em autogestão), o que  pretende fazer o ministro com o seu diretor-geral? Deixar à frente das forças de  segurança pública um agitador que espalha a desordem nas manifestações?
4. Caso a ordem tenha vindo da direção-geral da PSP com o  conhecimento do ministro, o que pretende fazer o primeiro-ministro? Deixar  no seu lugar um político apostado a criar um clima de insegurança nas  manifestações e assim violar um direito constitucional?
Por mim, como cidadão, não desistirei deste tema até as  imagens que estão disponíveis serem devidamente esclarecidas e, caso se prove o  que elas indiciam, os responsáveis por este ato contra a paz social e a  liberdade sejam politicamente, disciplinarmente e criminalmente punidos. E  pelo menos nisto, junto-me ao Sindicato do Ministério Público e ao Bastonário da  Ordem dos Advogados que exigem esclarecimentos e as devidas medidas de punição  para os responsáveis.
Nada tenho contra a PSP. Nem contra a instituição, nem contra  os seus profissionais, que também são vítimas da austeridade. Considero que a  polícia, quando faz o seu trabalho, garante a nossa liberdade. Incluindo a  liberdade de manifestação, impedindo que provocadores ou idiotas se aproveitem  de protestos pacíficos para espalhar a violência. Mas quando a polícia serve  (ou é usada pelo poder político) para criar um ambiente de medo e um clima de  violência que justifique a limitação das liberdades fundamentais, não posso,  como cidadão, ficar em silêncio. Nem eu, nem todos os que acreditam e  defendem a democracia.
Do muito que está disponível, podem ver este vídeo, estas  fotos e esta notícia:
  http://5dias.net/2011/11/29/mais-dois-provocadores-infiltrados-desmascarados-casal-de-policias-a-paisana-o-de-casaco-azul-e-o-de-casaco-castanho-estao-os-dois-em-todas-as-fotos-guedes-da-silva-director-da-psp-junta-se/
http://www.mynetpress.com/pdf/2011/dezembro/201112022951a6.pdf

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