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quinta-feira, 13 de agosto de 2015

PM atira balas de borracha contra manifestantes no centro de BH

APÓS REAJUSTE




Cerca de mil pessoas protestavam contra aumento das passagens de ônibus; repórter de O TEMPO foi ferido

Denilton Dias / O Tempo



Contra o aumento das tarifas de ônibus da capital, que entrou em vigor no último sábado (8), mais de mil pessoas se reúnem na praça Sete, no Centro de Belo Horizonte, no início da noite desta quarta-feira (12). O ato terminou em confusão, com a PM atirando balas de borracha e bombas contra os manifestantes. O repórter Denilton Dias, de O TEMPO, foi atingido na perna.



Em contato com a corporação, a assessoria de imprensa da PM afirmou estar apurando o fato e se comprometeu em se posicionar sobre o ocorrido. 



Veja vídeos da confusão:
O ato organizado por integrantes do Movimento Tarifa Zero, Passe Livre e de outros movimentos sociais se concentrou próximo ao quarteirão fechado da praça Sete. Os manifestantes começaram a ocupar o local por volta de 17h. Neste horário, segundo informações da Polícia Militar (PM), cerca de 50 pessoas organizavam as primeiras ações.
O protesto teve início com uma panfletagem. "Entendemos que esse ato é complementar a ação da Defensoria Pública, que tenta suspender o aumento das passagens. Além disso, acreditamos que a mobilização popular é importante para demonstrar nossa insatisfação", explicou Annie Oviedo, de 24 anos, que é integrante do Movimento Tarifa Zero.
Os manifestantes também alegam que o reajuste nas viagens do transporte público é ilegal. "No contrato das empresas de ônibus estabelece que os aumentos devem ocorrer sempre no dia 29 de dezembro. No entanto, há uma ressalva quando ocorrer desequilíbrio econômico, ou redução de demanda ou em função de custo operacional. Porém, as empresas não alegaram nenhum desses fatores, então, entendemos que esse ajuste é ilegal", encerrou Annie.
Por volta de 18h30, manifestantes saíram em passeata pelo Centro. O Pirulito da praça Sete foi completamente tomado pelos integrantes do protesto, que seguiram pela avenida Afonso Pena, em direção a região Centro-Sul. 
Ao chegar na altura da rua Espírito Santo, manifestantes, que ocupavam as três faixas da via, foram cercados pelo Batalhão de Choque da PM. "Respeitamos o direito de manifestar da população. Porém, é necessário que ela também respeite o direito de ir e vir dos outros. Por isso, tivemos uma conversa com os manifestantes e entramos em acordo para que eles ocupem apenas uma faixa da avenida Afonso Pena", alegou o tenente-coronel Gianfranco Caiafa.
O acordo não durou muito tempo e o protesto voltou a ocupar todas as faixas da avenida. Em contrapartida, o Batalhão de Choque fez um novo cerco e impediu a passagem dos manifestantes na avenida Afonso Pena, na altura da rua da Bahia, próximo a avenida Augusto de Lima, e exigiu que parte da pista fosse liberada.
Neste momento uma grande confusão foi formada. A polícia não teria esperado que os manifestantes liberassem parte da via e realizou vários disparos de tiros de borracha. Também há relatos do uso de bombas contra manifestantes.
Os jornalistas de O TEMPO não conseguiram deixar o cerco policial. "Informamos que éramos da imprensa, mas a PM não nos deixou sair do local", relatou a repórter Bárbara Ferreira. Já o repórter fotográfico de O TEMPO, Denilton Dias, acabou atingido em uma das pernas.
Há registros de manifestantes que também ficaram feridos na ação. Com a confusão, a manifestação foi encerrada e a via liberada.
Aproximadamente 50 pessoas, que tentaram refúgio em um hotel da rua da Bahia, acabaram detidas dentro do estabelecimento. Todos foram ouvidos pela Polícia Militar (PM) no local.
No fim da noite, quatro manifestantes foram levados algemados para a Central de Flagrantes da Polícia Civil (Ceflan) localizada no bairro Floresta.
Nota da Sempre Editora:
"A Sempre Editora pede que sejam investigadas as agressões e ameaças sofridas pelos jornalistas de O TEMPO durante a cobertura do protesto contra o reajuste das tarifas de ônibus em Belo Horizonte, o que impediu o pleno exercício da liberdade de imprensa justamente em um momento em que a informação é imprescindível para a cidadania. A empresa também condena excessos cometidos pela Polícia Militar na contenção a manifestações populares."

Posição do Governo do Estado:
"Com relação aos lamentáveis fatos ocorridos na noite de hoje, no conflito com manifestantes contra a Prefeitura de Belo Horizonte pelo aumento das tarifas de ônibus, o Governo do Estado determinou uma apuração rigorosa dos fatos. A Secretaria de Direitos Humanos e Cidadania está acompanhando os desdobramentos do conflito e participará diretamente da investigação a ser feita pelos órgãos competentes, incluindo a escuta livre de todos os envolvidos e a perícia das imagens obtidas pela imprensa e pelas câmeras de vigilância. O Governo de Minas Gerais reitera também sua posição de garantir o direito democrático de livre manifestação, assim como o de ir e vir de todos cidadãos, e a não tolerância com agressão a agentes públicos no exercício de sua função."
Sindicato da categoria:
Por meio de nota, o Sindicato dos Jornalistas repudiaram a atitude da Polícia Militar e afirmou "não aceita a violência contra a imprensa livre".
"O ataque e intimidação a jornalistas é temerário no Estado democrático de direito, tendo em vista a necessidade de preservação da liberdade de expressão e das garantias constitucionais da atividade jornalística. Assim, o Sindicato exige uma resposta do Governo de Minas sobre o atentado contra a imprensa, assim como espera esclarecimentos sobre as demais denúncias de prisões arbitrárias e violações de Direitos Humanos durante a manifestação.
O Sindicato desde já coloca-se à disposição, com todo o suporte institucional e jurídico necessário, dos repórteres e demais profissionais de imprensa que eventualmente tenham sido impedidos de exercer a sua função durante a manifestação".



FOTO: O TEMPO
O TEMPO
PM atira balas de borracha contra manifestantes no centro de BH



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