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O verdadeiro desafio não é inserir uma idéia nova na mente militar, mas sim expelir a idéia antiga" (Lidell Hart)
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sexta-feira, 4 de dezembro de 2015

Vítima de estupro vai a delegacia e é detida por embriaguez, diz advogada



Polícia nega; um dos suspeitos a acompanhou na hora de prestar queixa.
Mulher conta ter sido violentada por adolescente e amigo dela no DF.

Do G1 DF
Fachada da 21ª Delegacia de Polícia, em Taguatinga Norte (Foto: Mateus Rodrigues/G1)Fachada da 21ª Delegacia de Polícia, em Taguatinga Norte (Foto: Mateus Rodrigues/G1)
Uma bióloga de 41 anos conta que procurou uma delegacia do Distrito Federal para denunciar estupro e acabou passando cerca de dez horas detida por ter dirigido até o local embriagada. O crime teria sido cometido por um adulto e um adolescente enquanto ela dormia, na madrugada de segunda-feira (30), após uma festa na casa de um deles. A Polícia Civil nega a detenção.
De acordo com a advogada da bióloga, Luana Basílio, ela descobriu a agressão porque acordou com o adolescente sobre ela. A mulher pediu então a ajuda do adulto, de quem era amiga, que decidiu acompanhá-la até a Delegacia da Criança e do Adolescente para prestar queixa. Ao chegar no local, ela descobriu que o homem havia participado do abuso e se encaminhou à 21ª DP.
Ao chegar no local para relatar o crime, a bióloga teria sido repreendida por ter dirigido sob efeito de álcool. Teste de alcoolemia apontou que ela tinha concentração de 0,84 gramas de álcool por litro de ar expelido – é considerado crime de embriaguez quando o índice é igual ou superior a 0,3.
“O delegado questionou a história dela. Em vez de fazer exame de corpo de delito, fez o teste do bafômetro. Não autuou a minha cliente, mas mesmo assim ela passou dez horas sem alimentação, sem água”, afirmou Luana.
O adulto, de 37 anos, foi autuado por estupro de vulnerável e levado para a carceragem. O adolescente, de 17 anos, foi autuado por ato infracional análogo ao crime de estupro e liberado.
Segundo a advogada, a mulher tem três filhos e morava de aluguel há menos de um ano em uma casa da avó do garoto.  “O menor de idade é neto da dona da dona da casa onde ela vive. A festa foi na casa do agressor. Agora ela está sem endereço fixo.”
A Polícia Civil negou que a mulher tenha sido detida. A corporação disse ainda que a vítima foi encaminhada para o Instituto Médico Legal, recebeu medicação em um hospital e não chegou a ser autuada por embriaguez. A reportagem não teve acesso aos dois homens que cometeram o crime.

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