Acorda, Policial e Bombeiro Militar!


O verdadeiro desafio não é inserir uma idéia nova na mente militar, mas sim expelir a idéia antiga" (Lidell Hart)
Um verdadeiro amigo desabafa-se livremente, aconselha com justiça, ajuda prontamente, aventura-se com ousadia, aceita tudo com paciência, defende com coragem e continua amigo para sempre. William Penn.

terça-feira, 29 de dezembro de 2015

Carta de Ano Novo - FELIZ ANO NOVO! AOS LEITORES E AMIGOS!



Ano Novo é também renovação de nossa oportunidade de aprender, trabalhar e servir.

O tempo, como paternal amigo, como que se reencarna no corpo do calendário, descerrando-nos horizontes mais claros para a necessária ascensão.

Lembra-te de que o ano em retorno é novo dia a convocar-te para execução de velhas promessas, que ainda não tiveste a coragem de cumprir.

Se tens inimigo, faze das horas renascer-te o caminho da reconciliação.

Se foste ofendido, perdoa, a fim de que o amor te clareie a estrada para frente.

Se descansaste em demasia, volve ao arado de tuas obrigações e planta o bem com destemor para a colheita do porvir.

Se a tristeza te requisita, esquece-a e procura a alegria serena da consciência feliz no dever bem cumprido.

Novo Ano! Novo Dia!

Sorri para os que te feriram e busca harmonia com aqueles que te não entenderam até agora.

Recorda que há mais ignorância que maldade, em torno de teu destino.

Não maldigas, nem condenes.

Auxilia a acender alguma luz para quem passa ao teu lado, na inquietude da escuridão.

Não te desanimes, nem te desconsoles.

Cultiva o bom ânimo com os que te visitam, dominados pelo frio do desencanto ou da indiferença.

Não te esqueças de que Jesus jamais se desespera conosco e, como que oculto ao nosso lado, paciente e bondoso, repete-nos de hora a hora:

- Ama e auxilia sempre.

Ajuda aos outros, amparando a ti mesmo, porque se o dia volta amanhã, eu estou contigo, esperando pela doce alegria da porta aberta de teu coração.

Emmanuel
Vida e Caminho - Francisco Cândido Xavier

Não nos enganemos: segurança só é possível numa sociedade justa

A violência no Brasil, em especial a criminalidade violenta, cresce assustadoramente há mais de quatro décadas. Mas é preciso esclarecer que os problemas da segurança pública brasileira são reflexos de um legado político autoritário. As bases do sistema público de segurança estão assentadas numa estrutura social historicamente conivente com a violência privada, a desigualdade social, econômica e jurídica e os “déficits de cidadania” de grande parte da população.



Nas últimas décadas, a violência passou a se constituir em um grande obstáculo ao exercício dos direitos de cidadania. Resultado: com medo e não confiando nas instituições encarregadas da implementação e execução de políticas de segurança, percebe-se uma evidente diminuição da coesão social, a criminalização da pobreza, a desconfiança generalizada entre as pessoas e a ampliação de um mercado paralelo de segurança privada.

Mas, quais os principais desafios para o combate à criminalidade? Seriam necessárias medidas em distintas áreas, que envolvem políticas articuladas de segurança, saúde, assistência social e proteção a segmentos vulneráveis, em todos os níveis de governo (municípios, estados e União). O aumento persistente dos crimes, há pelo menos quatro décadas no Brasil, sinaliza que as agências encarregadas pela aplicação da lei não se prepararam para o recrudescimento e a sofisticação da criminalidade, agindo quase que exclusivamente de modo reativo. Além do mais, impunidade, seletividade e morosidade são características marcantes do sistema de justiça criminal brasileiro.

Ademais, para responder ao recrudescimento da criminalidade, os governos federal e estadual, os legisladores e a justiça criminal têm implementado uma série de medidas reativas. Em sua quase totalidade, essas medidas enfatizam o aumento do poder punitivo do Estado.

As ações de repressão, de contenção social e criminalização dos pobres e o recrudescimento penal, obviamente, não são suficientes para a construção de sociedades pacíficas. Significativa parte do problema da violência não é de polícia. Demanda respostas no âmbito da política. Sendo assim, programas e políticas públicas que combinam a prevenção à criminalidade, o combate ostensivo às várias modalidades de crime, o tratamento e a redução de danos para usuários e dependentes de drogas e ações duradouras de promoção da cidadania têm se mostrado eficientes no enfrentamento da violência.

Há, ainda, a necessidade de incremento da capacidade investigativa das polícias e de melhoria do controle externo, reformas no sistema prisional, programas para a resolução de conflitos em locais com altos índices de criminalidade e mecanismos de participação social na política de segurança.

Por fim, uma política de segurança pública deve priorizar a promoção da cidadania e respeito aos direitos humanos. Não adianta procurar atalhos. O único caminho possível para uma sociedade segura se dá com a diminuição das injustiças sociais, econômicas, étnicas etc.: A paz é fruto da justiça! Isso só será possível articulando a segurança pública com as políticas sociais por um lado e, também, com uma ousada reforma institucional das agências policiais e judiciárias encarregadas da aplicação da lei. Em outras palavras: remendos novos em panos velhos não resolvem os históricos e sedimentados problemas da segurança pública brasileira. A única saída é uma reforma estrutural em todo o sistema de justiça criminal, obviamente incluindo as agências de segurança pública.

É preciso avançarmos com uma política de segurança que esteja adequada aos princípios e práticas da chamada “segurança cidadã” que se refere a uma ordem democrática, igualitária, isonômica, eficiente e justa que permite a convivência segura e pacífica de todos e todas, independentemente de sua classe social, seu poder econômico, sua origem étnico-racial e sua filiação política ou religiosa.



Publicado originalmente no Jornal Santuário de Aparecida.

Com informações: http://robsonsavio.blogspot.com.br/2015/12/nao-nos-enganemos-seguranca-so-e.html

quarta-feira, 23 de dezembro de 2015

Governo Tucano engana professores, que agora serão desligados por decisão do STF.

Servidores de MG dentro da Lei 100 serão desligados em 31 de dezembro


Decisão de STF revogou lei que efetivou milhares em 2007 sem concurso.
Governo diz que não há mais recursos e determinação será cumprida.

Do G1 MG
O Governo de Minas Gerais informou, nesta quarta-feira (23), que os servidores atingidos pela revogação da Lei 100, considerada inconstitucional em 2014 pelo Supremo Tribunal Federal(STF), serão desligados no dia 31 de dezembro. De acordo com o governo, em 15 de dezembro deste ano, eram mais de 71 mil servidores chamados de “ex-efetivados”.
A Secretaria de Educação, pasta onde está a maioria dos servidores, disse que não é possível dizer quantos servidores serão desligados porque muitos estão em processo de aposentadoria e outros poderão entrar com o pedido até o dia 31 de dezembro. Segundo o balanço do governo de 15 de dezembro deste ano, 5,6 mil servidores ex-efetivados estão em processo de aposentadoria.
Em 15 de dezembro, 15,5 mil servidores considerados ex-efetivados já eram aposentados. Os atingidos pela revogação da Lei 100 representam 18% do total de servidores ativos no governo.
No comunicado desta quarta-feira (23), o governo afirma que todos os recursos contra a revogação da Lei 100 foram esgotados e não há mais opções a não ser cumprir a determinação do STF.
Lei 100
O Supremo Tribunal Federal (STF) declarou inconstitucional, em março de 2014, uma lei que efetivou milhares de servidores públicos em Minas Gerais em 2007. A Lei Complementar 100 atingiu 98 mil trabalhadores no estado, segundo consta no processo movido pela Procuradoria-Geral da República. A decisão teve como relator o ministro Dias Toffoli.

De acordo com a assessoria do STF, a lei mineira contemplou os servidores que mantinham vínculo precário com a administração pública estadual há mais de cinco anos, sob a chancela de “designados”, que passaram a ser lotados no Instituto de Previdência do Estado de Minas Gerais (Ipsemg).
À época, de acordo com o governo, cerca de 96 mil servidores são da área da educação. Um levantamento preliminar apontou que cerca de 16 mil servidores já foram aposentados ou estão em processo de aposentadoria.

Quando você julga o outro você mede a si mesmo!


"Quando ainda temos dificuldades ou nossa compreensão não nos permite enxergar além do preconceito, da discriminação, e da miopia das imperfeições e das fraquezas humanas, a prece pelos que sofrem e os que são causadores do mal é a melhor ajuda e amparo espiritual que nos damos, e ofertamos ao irmão que caminha na erraticidade.
A lição do julgar para não ser julgado, não quer dizer que devamos concordar ou admitir os atos malevolos e as ações que ferem, desrespeitam e magoam o outro, mas que não devemos julgar o outro segundo a nossa medida, dificuldades e méritos."
José Luiz Barbosa, Sgt PM, RR - especialista em segurança pública e ativista de direitos e garantias fundamentais.

É incrível a facilidade com que julgamos os outros. Como disse Jesus, vemos o cisco no olho do próximo, mas não enxergamos a trave em nosso olho…“Não julgueis, para não serdes julgados”. Você já ouviu isso em algum lugar? É uma advertência clara de que toda má ação que você comete gera prejuízo para você mesmo, porque quando você julga o outro você mede a si mesmo.
Você não é capaz de perceber um defeito que não conhece. Se lhe mostrarem o motor quebrado de uma nave espacial e lhe perguntarem onde está o defeito, você não vai saber dizer. Ou vai? Suponho que não. Enfim, você só nota aquilo que conhece. Os defeitos, os erros, as falhas que você vê nos outros são falhas que você tem, em maior ou menor grau. Como é que você nota quando alguém está sendo malicioso? Porque você conhece malícia. Se não conhecesse, não perceberia.
Como é que você cuida os erros alheios e não cuida os seus próprios?  Como é que você é tão severo com as falhas do outro e sempre arruma uma desculpa pras suas? Como é que você fica tão indignado ao perceber os defeitos do próximo e se sente tão injustiçado quando apontam os seus defeitos? Dois pesos e duas medidas.
Apontamos os defeitos dos outros numa tentativa ridícula de nos destacarmos, pois nos elevamos a nossos próprios olhos e diminuímos o próximo com nossas conclusões tortas e nossos julgamentos fraudulentos. Não se esqueça de que aqueles defeitos e erros que você, espírito imortal, não apresenta neste atual passeio terrestre, provavelmente já teve e cometeu em outras experiências. Sem falar que ninguém está livre de errar ainda pro futuro…
Não vamos virar santos da noite para o dia. Não há fórmula mágica para a reforma íntima. Mas será que não podemos nos tornar desde já um pouquinho mais tolerantes? Não é por bondade que falo. Ao ser severo com alguém, você está sendo severo com você mesmo. Você entende isso?
Quem você acha que nos julga? Deus? Deus nos deu a consciência. A consciência se encarrega de observar, analisar e julgar. Sim, somos nós que nos julgamos. Quando você sente remorso por um erro cometido, quem é que está julgando você? Não é você mesmo? Não é a sua própria consciência que fica martelando na sua cabeça, lembrando a todo instante que você errou e precisa corrigir-se?
Pois é assim que funciona. Nós somos nossos juízes. E nos julgamos com a medida que usamos para julgar os outros. Por isso, quanto mais severo você for com as falhas do próximo, mais severo você será com as suas próprias falhas. A vida em sociedade é um espelho em que você se vê refletido naqueles que o cercam. Por isso eu disse que não estava falando por bondade. Você é bom? Ótimo, pare de julgar por sua bondade. Você não é bom? Então não seja burro, não prejudique a si mesmo sendo tão severo condenador!

O PSDB criou uma 'organização criminosa complexa'


Ex-governador tucano foi condenado a 20 anos de prisão por lavagem de dinheiro e peculato. Juíza destaca a complexa rede criada para sustentar reeleição.


Jeferson Miola
reprodução
Na sentença proferida no dia 16 de dezembro de 2015, a Juíza Melissa Pinheiro Costa Lage Giovanardi, da 9ª Vara Criminal de Belo Horizonte, concluiu que "diante de todo o conjunto probatório que fora exposto, não restam dúvidas de que o acusado EDUARDO BRANDÃO DE AZEREDO, para disputar a reeleição ao cargo de Governador do Estado de Minas Gerais, no ano de 1998, criou uma estrutura político-financeira a fim de legitimar, lavar, os vultuosos recursos que seriam utilizados durante a campanha. Criou se uma organização criminosa complexa, com divisão de tarefas aprofundada, de forma metódica e duradoura".

"Foi criado um caixa robusto para a campanha eleitoral, com arrecadação de fundos de diversas fontes, inclusive de recursos públicos da COPASA, da COMIG e do BEMGE, aproveitando- se do uso da máquina pública. Utilizando- se das empresas de publicidade de propriedade de MARCOS VALÉRIO FERNANDES DE SOUZA realizou -se o processo de legitimação do dinheiro ilícito e sua distribuição aos colaboradores da campanha, recursos esses que não constaram na prestação de contas apresentada perante a Justiça Eleitoral pela coligação PSDB -PFL".
O ex-governador tucano foi condenado a 20 anos e 10 meses pelos crimes de lavagem de dinheiro e peculato, que corresponde ao uso do cargo público para o desvio de dinheiro público. A sentença completa pode ser lida na página do Tribunal de Justiça de Minas Gerais - http://goo.gl/yOTvgq.
Na sentença, a Juíza salienta que "Diante de todas as provas acostadas e analisadas, não há outra conclusão que não seja a de que a autoria restou devidamente comprovada, sendo certo que o acusado, juntamente com seus pares, planejou e determinou a execução de toda a empreitada criminosa a fim de desviar dinheiro público das empresas estatais ...".
Esta engrenagem corrupta, que contaminou o sistema político brasileiro, foi inventada pelos tucanos nos anos 1990, e envolveu personagens e empresas conhecidas posteriormente no chamado "mensalão", como Marcos Valério, Cristiano Paz, Ramon Hollerbach, SMP&B Publicidade Ltda, DNA Publicidade e Banco Rural.
Nos escândalos atuais da Petrobrás, é instigante que tanto os personagens da era tucana como os mecanismos de corrupção e propina se repetem hoje.

O PSDB fez de tudo para impedir a apuração e o julgamento da "organização criminosa complexa" que criou em Minas Gerais, assim como faz em relação à corrupção que implantou na Petrobrás no período do governo FHC e como faz em relação aos escândalos que se sucedem em São Paulo nas duas décadas de governos tucanos naquele estado.


Créditos da foto: reprodução



Fonte: http://www.cartamaior.com.br/?%2FEditoria%2FPolitica%2FO-PSDB-criou-uma-organizacao-criminosa-complexa



Corregedoria faz buscas na casa de promotor e em escritório de advocacia


A Corregedoria do Ministério Público Estadual o Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado (Gaeco) de Belo Horizonte cumpriram, nesta terça-feira (22), mandados de busca e apreensão na casa do promotor Fábio Guedes de Paula Machado e no escritório e casa de uma advogada. Outros quatro locais, que não foram divulgados, foram verificados. A corregedoria e o Gaeco investigam um suposto esquema envolvendo ações que tramitavam na promotoria de Meio Ambiente na qual Fábio Guedes atua.
Na casa da advogada, cujo nome não foi revelado pela polícia, foram recolhidos oito sacos com documentos. O material foi encontrado na casa da advogada, que mora em uma cobertura na rua Silva Jardim, bairro Fundinho, setor central de Uberlândia.
Os documentos recolhidos também no escritório da advogada, localizado na região Central, lotaram o porta malas da viatura da Polícia Militar (PM), que participou da operação. Não foram divulgadas informações sobre o material recolhido nos imóveis da advogada e nem na casa de Fábio Guedes, que mora em um condomínio fechado no bairro Morada da Colina, zona sul da cidade.
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Documentos foram apreendidos na casa de uma advogada (Foto: Diogo Machado)
O suposto esquema envolvendo o promotor e o escritório de advocacia ocorreria quando havia notificações de irregularidades envolvendo, por exemplo, alvarás de funcionamento ou licenças ambientais. A suspeita é de que o próprio promotor indicava a advogada para fazer a defesa dos envolvidos em processos da promotoria de Meio Ambiente.
A partir daí o escritório fazia as defesas dos notificados e repassaria parte do dinheiro das ações ao promotor. Em troca, o promotor supostamente atuaria para protelar a ação, dar mais prazo ou até encerrar o caso. As vítimas seriam, entre outros, grandes empreendedores imobiliários.
Na operação, além do apoio da PM, representantes da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) também acompanham o caso por ter o suposto envolvimento de advogados. De acordo com o presidente da 13ª subseção da OAB em Uberlândia, Egmar Ferraz, é um procedimento normal que representantes da Ordem acompanhem investigações envolvendo advogados.
A reportagem do CORREIO de Uberlândia não conseguiu contato com o promotor Fábio Guedes e com o escritório de advocacia  alvo da operação policial. Ambos não atenderam as ligações. A corregedoria informou que emitirá uma nota oficial sobre o caso ainda nesta terça-feira.
Materiais apreendidos
Entre o material apreendido, existem mídias, documentos e computadores. O procurador de justiça responsável pela condução das operações em Uberlândia, André Ubaldino, afirmou que o material será levado a Belo Horizonte e entregue, na manhã desta quarta-feira (23), ao Procurador Geral de Justiça do Estado de Minas Gerais, Carlos André Mariani Bittencourt, que preside o caso. “A expectativa de finalização de todas as investigações gira em torno de 30 dias, podendo se exceder caso surjam novas provas”, disse.
Ubaldino afirmou também que muitos detalhes ainda são sigilosos. “Sabemos do interesse da população em tomar conhecimento das informações, mas não posso confirmar, nesse momento, quantas e quais pessoas estão sendo investigadas”, disse.
Promotor tentou sair do País com dinheiro não declarado
O promotor Fábio Guedes foi detido no Aeroporto Internacional de Cumbica, em Guarulhos (SP), no dia 11 desde mês, quando embarcava para o exterior levando cerca de 30 mil euros (R$ 126 mil)sem declarar a Receita Federal. Por lei, qualquer cidadão só pode sair do País com R$ 10 mil sem informar às autoridades. Não há informações, no entanto, se a ação da corregedoria de hoje tenha relação com o suposto crime de evasão de divisas do dia 11.
O promotor seguia para Barcelona onde alegou que participaria de uma conferência. Esta informação foi confirmada pela Universidade Federal de Uberlândia, em que Guedes é professor. Ele deveria ter pedido licença do cargo que ocupa na instituição, mas não o fez, segundo a universidade. O promotor está em férias do cargo que ocupa no Ministério Público Estadual.

Fonte: http://www.correiodeuberlandia.com.br/cidade-e-regiao/corregedoria-faz-buscas-na-casa-de-promotor-e-em-escritorio-de-advocacia/

terça-feira, 22 de dezembro de 2015

Pais de estudantes de SP vão a comissão internacional denunciar abuso policial


Por Marina Rossi


Dossiê foi entregue à Comissão Interamericana de Direitos Humanos nesta segunda-feira


São Paulo 
O Comitê de Mães e Pais em Luta, grupo que reúne pais apoiadores dos secundaristas contrários à reorganização escolar do governo Alckmin, foi à Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH) denunciar as violações cometidas pela Polícia Militar contra os estudantes nos últimos dois meses no Estado de São Paulo. A denúncia, dirigida à secretaria de Segurança Pública do Estado, foi acompanhada de um dossiê contendo dezenas de violações aos direitos humanos cometidas pela PM. Desde outubro, quando a reorganização escolar foi anunciada, e os secundaristas começaram a se manifestar, mais de 100 estudantes foram detidos em todo o Estado.

Violência policial em manifestação de estudantes
Estudante menor de idade é detido em manifestação em SP. Marina Rossi
O documento é assinado por diversas entidades, entre elas, o Núcleo de Direitos Humanos e o Núcleo de Situação Carcerária, ambos da Defensoria Pública. Além da denúncia, os signatários pedem uma audiência temática com a CIDH para que os estudantes possam expor a repressão da PM, que, segundo o documento, age contra o direito à manifestação. Se o pedido for aceito, a audiência deve ocorrer por volta do mês de abril do ano que vem em Washington, nos Estados Unidos.
Dentre as denúncias contidas no dossiê, estão o caso de uma mãe de aluno agredida com cassetete em frente à escola Fernão Dias, na zona oeste da capital paulista, o sucessivo uso de spray de pimenta e bombas de efeito moral para conter os alunos e as diversas tentativas de tortura psicológica por meio de ameaças aos estudantes e professores. Constam no documento também alguns flagrantes de policiais agindo com uma farda onde não constava a identificação – prática comum nas ações de repressão da PM – as dezenas de detenções de alunos e até o caso de um policial que disparou tiros em direção à escola Joaquim Adolfo, na zona sul. Todas as denúncias são acompanhadas de fotos, vídeos e links para as notícias, veiculadas na imprensa.
Luis Braga, um dos pais que fazem parte do Comitê, diz que a ideia de apelar para um órgão internacional surgiu pela ausência do Estado brasileiro na hora de apurar as violações. "Percebemos que não tem sido tomada atitudes em âmbito nacional para coibir esses abusos da polícia", diz. "No Paraná, onde professores foram agredidos pela PM no primeiro semestre, as apurações dos abusos não avançaram. As ocorrências de violência nas manifestações de junho de 2013 até agora não foram apuradas também."
Ele diz que o objetivo da entrega das denúncias é não somente a apuração dos fatos mas também a coibição de novas violações. "É como se a gente ficasse constrangido em pedir isso num momento em que a polícia pratica violências muito maiores", diz. "Parece que eu tenho que agradecer à PM por não ter sido muito pior com o meu filho. Ele foi só enforcado, e ficou com umas escoriações, mas poderia ter levado um tiro. Estamos falando de uma polícia que mata." O filho de Braga, Francisco, de 16 anos, foi detido no último dia 3, data que marcou uma nova fase da reorganização escolar de Alckmin, protagonizada pela violência e repressão da polícia às manifestações dos estudantes.
A representação também pede que as manifestações realizadas por crianças e adolescentes "sejam acompanhadas por órgãos específicos que garantam a proteção integral em conformidade com o previsto na Convenção Americana de Direitos Humanos e na Convenção Internacional sobre os Direitos das Crianças." E que "não haja atuação da Polícia Militar em manifestações e/ou qualquer tipo de monitoramento  ou controle, inclusive 'ronda escolar', de caráter militar em estabelecimentos educacionais."
Uma outra questão levantada pelo documento é a Lei do Desacato. Especificada no Código Penal, pode punir com detenção de até dois anos quem desacatar funcionário público "no exercício da função ou em razão dela." O documento pede a extinção dessa lei, e lembra que o Brasil é um dos poucos países que ainda prevê o desacato na legislação criminal. O pedido retoma um encaminhamento feito pela Defensoria Pública em 2012 e reforçado neste ano, que pedia à CIDH a extinção dessa lei.
No final da tarde desta segunda-feira, haverá uma manifestação dos estudantes em São Paulo, convocada pelo Comando das Escolas, coletivo de secundaristas que participaram das ocupações pelo Estado. No auge do movimento, no final de novembro, 200 escolas chegaram a ser ocupadas. No último dia 5, Geraldo Alckmin anunciou a suspensão do plano da reorganização escolar para este ano, mas, ainda assim, os estudantes permaneceram mobilizados. Argumentavam que não tinham nenhuma garantia de que o governador cumpriria sua palavra.
Na semana passada, a Justiça acatou o pedido de liminar expedido pelo Ministério Público e a Defensoria Pública pedindo a suspensão do plano que fecharia ao menos 92 escolas no ano que vem. Com isso, as escolas foram, aos poucos, sendo desocupadas. A data prevista para o início da reposição das aulas perdidas ao longo das ocupações é 15 de janeiro. 



Coronel diz, em delação premiada, que oficial preso em operação negociou pagamento de propina com ex-comandante da PM

O coronel José Luís Castro Menezes
O coronel José Luís Castro Menezes Foto: Pedro Kirilos
Rafael Soares

Em seu acordo de delação premiada com o Ministério Público estadual, o coronel Décio Almeida da Silva — ex-gestor do Fundo de Saúde da PM (Fuspom) e um dos 11 oficiais da corporação denunciados na operação Carcinoma, realizada na última sexta-feira — relata uma conversa que envolve num esquema de propina os coronéis Ricardo Pacheco, ex-chefe do Estado-Maior da PM e preso na operação, e Luís Castro, que comandou a Polícia Militar entre agosto de 2013 e novembro de 2014. O MP pediu que o ex-comandante da corporação seja investigado sobre as denúncias. O coronel Luís Castro afirmou que só vai se pronunciar sobre os fatos envolvendo as denúncias de fraude no Fuspom “no final”.
O diálogo descrito pelo coronel Décio fala no recebimento de propinas do jogo do bicho e da Federação das Empresas de Transportes de Passageiros do Estado do Rio de Janeiro (Fetranspor). Não são citados valores nem a contrapartida para a propina.
O coronel Décio relata que Pacheco, em data não mencionada, lhe confidenciou ter conversado com o coronel Luís Castro sobre o recebimento de propina da Fetranspor e das quadrilhas que administram o jogo do bicho no Estado do Rio.
O chefe do Estado-Maior administrativo da PM, coronel Ricardo Pacheco
O chefe do Estado-Maior administrativo da PM, coronel Ricardo Pacheco Foto: Fabiano Rocha / 14.10.2014
Castro, então, teria dito que “não havia acerto ainda”. Pacheco, conta Décio na delação, se oferece para fazer os contatos com a Fetranspor e os administradores do bicho, mas o então comandante da PM se esquiva da resposta. Segundo Décio, Pacheco afirma ter entendido que o coronel Luís Castro estava recebendo sozinho a propina da Fetranspor e do jogo do bicho.
O coronel Décio diz que Ricardo Pacheco lhe contou o fato com indignação, pois passou a achar que estava “tomando uma volta” do comandante-geral da PM.
O depoimento em que o coronel Décio fala da negociação foi feito em outubro de 2014, na presença de dois advogados seus, e é um dos dez que o oficial deu ao MP — um deles durou mais de 12 horas.
Outro oficial da PM, o major Helson Sebastião Barbosa dos Prazeres, também colaborou com as investigações que levaram à operação Carcinoma, mas não quis fazer um acordo de delação premiada. Décio e Helson foram denunciados, mas não estão presos.
Procurada, a Fetranspor informou, por meio de sua assessoria de imprensa, que prefere tomar conhecimento da denúncia para só então se pronunciar sobre o fato.

Fonte: http://extra.globo.com/

politicacidadaniaedignidade.blogspot.com