Acorda, Policial e Bombeiro Militar!


O verdadeiro desafio não é inserir uma idéia nova na mente militar, mas sim expelir a idéia antiga" (Lidell Hart)
Um verdadeiro amigo desabafa-se livremente, aconselha com justiça, ajuda prontamente, aventura-se com ousadia, aceita tudo com paciência, defende com coragem e continua amigo para sempre. William Penn.

quinta-feira, 7 de julho de 2016

Temer começa a militarizar Políticas sobre drogas


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Em novo retrocesso dramático, interino nomeia como secretário Rogerto Allegretti — um militar favorável à noção fracassada de “guerra às drogas” e ao uso de fardas por crianças
Uma onda de retrocessos que não acaba mais.
É assim que ativistas pelos direitos humanos tem falado sobre o governo interino de Michel Temer, que não completou sequer dois meses até o momento, mas já traçou uma série de ações que vai do lado contrário ao aplicado ao redor do Ocidente nos últimos anos.
“A mais nova” de Temer foi a nomeação, por perdido seu seu ministro da Justiça — Alexandre de Moraes — do coronel da PM Roberto Allegretti para ocupar a Secretaria Nacional de Políticas Sobre Drogas.
Para quem não lembra, recentemente o coronel esteve envolvido em uma polêmica nas redes sociais, ao defender publicamente em artigo na Folha de S. Paulo o uso de fardas em crianças, como método de “educação”.
Utilizando argumentos da “psicologia”, Allegretti comentou que o “fascínio” das crianças pela farda é inevitável — “decorre de seu expressivo valor simbólico”, escreveu o coronel da PM de São Paulo.
Allegretti terminou criticando o que chamou de “preconceito contra as instituições militares”, chamando as pessoas que se mobilizaram contra o uso de fardas em crianças de “autores das críticas” que nunca realizaram o “eventual desejo de vestir uma farda”.
No Avaaz, site de petições, já foram recolhidas cerca de 813 assinaturascontra a nomeação do militar para a SENAD.

Foto: Felipe Malavasi/Democratize
“O caminho e orientação internacional da Política Sobre Drogas vem seguindo propostas de respeito aos direitos humanos e ampliação do protagonismo das ações da saúde sobre o tema, desmistificando o conceito de guerra as drogas”, começa o texto assinado pelos ativistas, finalizando justificando o repudio: “Por isso repudiamos a indicação de um coronel da Polícia Militar de São Paulo para o cargo, que não possui trajetória no tema da política de drogas e simboliza claro retrocesso para uma política de repressão e estigmatização”.
No começo deste mês, a Plataforma Brasileira de Política de Drogas já havia denunciado a possibilidade do presidente interino Michel Temer tratar a política de drogas sob a perspectiva militar — isso mesmo antes de nomear Allegretti para o cargo na SENAD.
“São alarmantes os sinais de que essa área do governo interino seja conduzida por uma perspectiva militar — a guerra às drogas — e, assim, esteja centrada na repressão da oferta, uma estratégia fracassada que nunca foi capaz de diminuir os danos potenciais decorrentes do uso de substâncias ilícitas. Reforçar a guerra às drogas é agravar o já inaceitável quadro da violência no Brasil, que há mais de uma década conta seus homicídios em dezenas de milhares, vitimando majoritariamente os grupos populacionais mais pobres e etnicamente discriminados, como os jovens negros”, diz nota da Plataforma Brasileira de Política de Droga.
Com o Ministério da Justiça comandado por Alexandre de Moraes, que recentemente assinou uma portaria que suspende por 90 dias novos contratos e convênios nas áreas de Direitos Humanos e até mesmo Politica sobre Drogas, fica clara a tentativa de militarização da SENAD e da política do governo federal contra o uso e comércio de drogas.

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