Depois de uma leitura interessante, sobre a PESQUISA ÍNDICE DE QUALIDADE DE VIDA RELATIVO À DEFESA SOCIAL – 2010, feita pela Fundação Guimarães Rosa, lançado no começo de junho deste ano pela SEDS-MG, deu-me uma impressão que a Polícia Civil do Estado de Minas Gerais está no caminho certo.
A citada pesquisa foi realizada em todo estado de Minas, e para tal foi usada como parâmetro a população das dezoito Regiões Integradas de Segurança Pública. Fizeram um excelente “monitoramento e avaliação do efeito das ações governamentais a partir da análise da percepção e opinião dos cidadãos mineiros” (pg. 11).
Vamos então as analises:
1- REGIÃO DE MINAS GERAIS COM MELHOR INDICE DE QUALIDADE DE VIDA RELATIVO À DEFESA SOCIAL
Vê-se no quadro abaixo que o interior ainda é o lugar que se tem melhor qualidade de vida em relação à defesa social. E essa percepção da população não surgiu por acaso. Vários fatores influenciaram para que a sociedade mineira mudasse sua opinião sobre os órgãos de segurança pública.
É fato que a confiabilidade nas Polícias, na década de noventa e início deste século era limitada. Tinha se uma polícia que violava direitos humanos e não dava a população acesso a seus bastidores, se definindo como “bicho-papão” da sociedade, não a tendo como parceira. Já hoje, as polícias mudaram o foco e trouxe a população para seu lado e vem tentando de todas as maneiras em implantar a paz social, com uma busca incessante na redução da criminalidade. Na Policia Civil a “oxigenação” de seus quadros de pessoal, uma melhor qualificação e um desejo institucional forçou essa mudança de paradigma. Assim, vem mostrando uma policia civil mais cidadã.
Veja o quadro abaixo quais são as cidades com melhor índice de qualidade em defesa social:
TABELA 40 (pg. 108)
2- CONFIANÇA DA POPULAÇÃO NAS INTITUIÇÕES DE DEFESA SOCIAL
Ainda estou por perguntar por quais motivos ainda estes dados estatísticos não foram dissecados e divulgados na grande imprensa, dando ênfase ao bom trabalho mostrado por esta secular instituição, denominada Polícia Civil do Estado de Minas Gerais. Deu-se muito destaque a avaliação do Corpo de Bombeiros, instituição de maior aceitabilidade da população, pois este tem serviços mais voltados à defesa civil do que de segurança pública propriamente dita.
O que muitos e até mesmo os policiais civis não acreditavam se mostra latente neste documento. A Polícia Civil mostra que não está muito aquém a sua co-irma, “menininha dos olhos” do Governo. Alias, mostra-se que a PCMG está melhorando a sua imagem ante a população que a avaliou como mais eficaz que a poderosa PMMG.
“A avaliação da PM pelos entrevistados é muito próxima da PC. Metade dos entrevistados considera que a Polícia Militar (50,1%) e a Polícia Civil (52,7%) realizam seu trabalho de forma eficaz.” (pg.60)
É importante salientar que resistência dos entrevistados com a Polícia Civil não passa de 20%.
Aqui se vê que não se pode usar o parâmetro Bombeiros, que pela função exercida por eles, não está intimamente ligada ao enfrentamento com a criminalidade, que faz da PCMG e PMMG ser minorada pela preferência popular.
“Quando se analisa... a confiança e tranquilidade que a PM, a PC e o CB transmitem às pessoas, observa-se uma credibilidade muito maior por parte do CB do que a PM e a PC. Entretanto, é importante enfatizar a diferença na natureza das atividades (ações) desenvolvidas por cada corporação, ou seja, em geral, a Polícia lida com situações de risco eminente, e o Corpo de Bombeiros com atividades de salvamento.” pág. 65 e 66.
Em relação à questão ética/moral vê-se que a população ainda rotula o policial como corrupto.
“Apesar de metade dos entrevistados acharem o trabalho da polícia eficaz, apenas 40,2% dos entrevistados consideraram os policiais militares honestos, assim como 39,6% que avaliaram os policiais civis da mesma forma. Muniz (1999) afirma que a mídia contribui para essa percepção negativa dos policiais. “As frequentes notícias de brutalidade, corrupção e arbítrio envolvendo os agentes da lei invadem o nosso dia a dia e parecem servir para confirmar, no plano da subjetividade coletiva, um tipo de suspeita estrutural” (p.256).” pg 63.
Já nesse trecho, podemos notar metade dos entrevistados ainda temem as polícias e esse seria um novo viés que a PCMG deverá trabalhar. O objetivo, portanto é reduzir essa resistência com novas estratégias, como o tratamento dos cidadãos com urbanidade, ter melhores instalações para o devido atendimento dentre outras.
“Cerca de 50% dos entrevistados disseram que concordam com o enunciado “A Polícia Militar de minha cidade demonstra respeito pelos cidadãos”, 50,5% disseram o mesmo da Polícia Civil”. pág. 64
“Já a avaliação do Corpo de Bombeiros é bem mais positiva que a da PM e da PC: 84,2% dos entrevistados acham que o CB realiza seu trabalho de forma eficaz, 79,2% acham os bombeiros honestos e 85,3% concordam que eles demonstram respeito pelos cidadãos.” Pág. 64.
3. CONCLUSÃO
“De maneira geral, houve aumento na qualidade de vida relativa à defesa social entre 2009 e 2010. Entretanto, o IQVDS continua a ter uma avaliação mediana. A confiança na Corporação permaneceu praticamente inalterada neste período, em compensação, a confiança no governo diminuiu e a proporção da população sem opinião formada sobre a eficácia das políticas de segurança pública aumentou. Por isso, volta-se a destacar a importância do Estado divulgar suas ações, pois tornar explícito o que se está fazendo pode ter um grande impacto na percepção da população que, nem sempre, tem acesso aos dados objetivos sobre a segurança pública.” Pag. 154.
Devemos, portanto, nos curvar e agradecer por termos uma Policia Civil que ainda expressa confiança em boa parte da população mineira, mesmo trabalhando em pocilgas, com pouco efetivo e salários de fome.
VALORIZAÇÃO JÁ PARA A GLORIOSA POLICIA CIVIL DO ESTADO DE MINAS GERAIS.
As partes do texto em vermelho sao citações da PESQUISA ÍNDICE DE QUALIDADE DE VIDA RELATIVO À DEFESA SOCIAL – 2010
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