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O verdadeiro desafio não é inserir uma idéia nova na mente militar, mas sim expelir a idéia antiga" (Lidell Hart)
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segunda-feira, 1 de agosto de 2011

Polícia Militar do Espírito Santo vai ter o primeiro casamento gay da história do País

Pela primeira vez na história da Polícia Militar brasileira, um policial militar gay marca cerimônia para sacramentar a união homoaefetiva com seu parceiro, com quem já convive há 15 anos. Trata-se do cabo da Polícia Militar do Espírito Santo Darli Manoel Manenti de Souza, 47 anos, que marcou cerimônia para o dia 10 de setembro deste ano.

A cerimônia para sacramentar a união do cabo Manenti com o comerciário Antonio Pereira de Souza será na sede recreativa da Associação de Cabos e Soldados da Polícia Militar e Bombeiro Militar do Estado do Espírito Santo (ACS/PMBM/ES), em Jardim Camburi. Os dois conseguiram na Justiça o reconhecimento da união estável homoaefetiva. Eles já mandaram até confecionar convites para a cerimônia.

No início deste ano, cabo Manenti e seu parceiro Antonio entraram na Justiça, com a ajuda do Departamento Jurídico da ACS/ES, para obrigar o Estado a reconhecer o direito à união e o direito de Manenti colocar seu companheiro como dependente.

"Fizemos nosso papel institucional, que é o de amparar nossos associados em suas ações legais", explicou o diretor Jurídico da ACS/ES, cabo Moábio Washington Mendes.

No dia 24 de maio, a juíza Ivone Fátima Fontana Menezes, da 1ª Vara de Família de Cariacica, deu a sentença, depois de ouvir o parecer do Ministério Público Estadual, que foi o seguinte:

"...A Prova nos autos é forte na existência da União Estável entre Darli Manoel Manenti de Souza e Antonio Pereira de Souza. A convivência 'more uxorio' (concubinato) restou comprovada, em Audiência de Ratificação..."

A juíza Ivone Fátima Menezes julgou procedente o pedido do casal. E encerrou a sentença da seguinte forma:

"Considerando o reconhecimento da união estável homoaefetiva entre os requerentes, determino que a escrivania deste juízo diligencie no sentido de:

1) Expedir ofício ao Comandante Geral da PMES, determinando a publicação do reconhecimento da união estável em boletim específico, para todos os fins de direito;

2) Expedir ofício ao IPAJM, determinando a inclusão do senhor Antonio Pereira de Souza como dependente do militar Darli Manoel Manenti de Souza;

3) Expedir ofício à Caixa Beneficente da Polícia Militar do Espírito Santo, determinando a inclusão do senhor Antonio Pereira de Souza como companheiro do militar Darli Manoel Manenti de Souza".

As duas últimas ordens da juíza Ivone Fátima Menezes já foram cumpridas, mas até este momento o comandante geral da PMES, coronel Anselmo Lima, ainda não determinou publicação no Boletim do Comando Geral da corporação a decisão judicial, o que vem preocupando o cabo Manenti.

"A alegação é de problema burocrártico, mas a decisão da Justiça tem que ser publicada logo no BCG, senão será outra batalha judicial", disse o militar.

Nada, porém, tira a alegria do cabo Manenti. Ele reconhece que sua decisão de anunciar publicamente que é homossexual e de brigar na Justiça pelo reconhecimento de seu parceiro por parte do Estado, significam um momento histórico nas policiais militares estaduais. Ele entende que está rompendo barreiras do preconceito, mas salienta que, dentro da PMES, sempre foi respeitado por sua opção sexual:

"Sempre fui respeitado pelos colegas de farda, dos praças aos oficiais. O mais importante é ter o respeito de meus filhos, de meus netos e da minha família militar", disse Manenti.

Manenti, que é o coordenador do Grupo de Teatro da PM, tem um casal de filhos e dois netos.

SAIBA MAIS

O Grupo de Teatro da Polícia Militar do Espírito Santo teve início no ano de 1999, por meio do Departamento de Promoção Social, quando o então soldado Darli Manoel Manenti, ator profissional formado pelo Centro de Artes das Laranjeiras (CAL) no Rio de Janeiro, foi convidado para integrar um grupo de teatro da PM formado por voluntários.

Inicialmente, o grupo atuava em teatros e quartéis, para um público majoritariamente militar. A primeira peça criada foi o drama “Volta à vida” que relatava o alcoolismo em uma família brasileira, de autoria do soldado Manenti.

A segunda peça, direcionada ao público infantil, “Droga não, felicidade sim”, escrita por Evandra Fachini, tinha o objetivo de orientar as crianças e a família sobre os riscos do envolvimento com as drogas. Posteriormente, a peça sofreu adaptações dando lugar a atual “Drogas nunca Mais”.

Com o objetivo de levar orientação e entretenimento, o grupo serve como um elo de aproximação entre a população e a instituição, que em todos os anos de atuação já atraiu um público aproximado de 160 mil pessoas em suas 254 apresentações já realizadas em todo o Espírito Santo.

Atualmente o grupo é composto por 13 militares que encenam peças de diversos temas, como: diabetes, aleitamento materno, higiene bucal, drogas e algumas peças de comédia. O serviço é prestado gratuitamente na Grande Vitória.

Fonte: Blog do Elimar Cortês 

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