ACS defende a saída do Coronel Luciano

Finalmente uma entidade de classe tomou alguma postura e – em nome não apenas dos associados que representa, mas também em nome da tropa – disse o que sente em relação ao Coronel Luciano. E o posicionamento não poderia ter sido em hora melhor. Vejamos a reprodução da matéria publicada no jornal O Jornal:

A Associação dos Cabos e Soldados de Alagoas defende a saída do comandante da Polícia Militar, coronel Luciano Silva. O presidente da ACS, cabo PM José Soares, afirmou que o oficial não tem apoio da tropa e está exagerando nas punições aos militares. As críticas ao coronel se somam às feitas pelo desembargador Orlando Manso, presidente do Tribunal Regional Eleitoral, que pediu ao governador Teotônio Vilela Filho (PSDB), através de um ofício, que mude o comando da PM, como foi publicado ontem em O Jornal. "Hoje, ele só tem apoio de uma meia dúzia de oficiais. Não passa disso", disparou o presidente da ACS.

"Dê poder para você conhecer o ser humano", ironizou, citando quatro ofícios que foram enviados solicitando uma audiência com o comandante. "Só fomos recebidos pelo coronel Dimas [subcomandante–geral]", afirmou. Segundo o cabo, Luciano Silva começou a mudar de comportamento depois que assumiu o comando da tropa em janeiro deste ano. Até então, ele era visto como um oficial muito próximo aos praças (cabos e soldados), por sua forma de comando.

Segundo o presidente da ACS, Luciano Silva já era aliado há muito tempo, desde o período em que comandou a Associação dos Oficiais da PM. No entanto, rapidamente passou a ir de encontro com as lideranças militares depois que as entidades passaram a fazer pressão contra a proposta de reajuste salarial apresentada pelo Governo em maio deste ano. "Ele foi 100% contra ampliar o reajuste. Isso gerou uma insatisfação sem tamanho", destacou, avaliando que o comandante "não briga pela classe".

Perseguições

O cabo Soares contou que todas as lideranças dos militares foram perseguidas pelo atual comandante.

O militar listou sindicâncias ou inquéritos abertos contra ele mesmo e contra o major Fragoso, o cabo Simas, o sargento Teobaldo – principalmente nomes que fazem oposição ao Governo.

"Ele é rigoroso além do limite. Isso não é ser linha dura", destacou, dizendo que as escalas estão sendo ampliadas. "Só trabalho, só problema e só escala de serviço. Nada mais que isso. Essa é a gestão do coronel Luciano", afirmou o presidente da ACS, em um tom muito ácido.

Nota da BEF: Não faz muito tempo o comando enviou o Coronel Mário da Hora para "fazer uma parceria" com a ACS. A intenção era reformar os alojamentos de cabos soldados das principais unidades, a começar pela capital. Na ocasião o Coronel Mário foi recebido vice-presidente da ACS, o Cabo Rogeres, que imediatamente tratou confirmar a parceria e divulgar isso no site da associação, mas assim que a diretoria tomou conhecimento da situação tratou de retirar a matéria do site, pois não queria estreitar os laços com um comando queimado e perseguidor. Vejamos a matéria (que a nossa assessoria conseguiu recuperar):